Jardins Efémeros de Viseu em risco

2022-11-22

Jardins Efémeros de Viseu em risco

Em conferência de imprensa, a presidente Sandra Oliveira disse que a atividade da Pausa Possível para o biénio 2023/2024 – nomeadamente os Jardins Efémeros e a galeria de arte contemporânea Venha a Nós a Boa Morte (VNBM) - encerrará “se não houver inversão da resolução dos resultados provisórios dos apoios sustentados” da DGArtes.

Segundo Sandra Oliveira, das candidaturas apresentadas aos apoios bienais (linha Programação), a da Pausa Possível ficou em 23.º lugar, não tendo conseguido garantir os 240 mil euros da DGArtes (120 mil euros por ano) que solicitava.

Inicialmente, a Pausa Possível apenas recebia financiamento do município de Viseu, mas, desde 2017, passou também a ser apoiada pela DGArtes.

No âmbito do programa Eixo Cultura, o município de Viseu já tinha garantido um apoio quadrienal à Pausa Possível, no valor de 95 mil euros por ano (a renovar, até 2025, mediante apresentação de relatório que confirme a concretização do plano de atividades).

Sandra Oliveira explicou que, pela primeira vez, a DGArtes definiu que a classificação atribuída no parâmetro “processos de gestão” das candidaturas depende “da existência ou não do apoio financeiro e interesse estratégico por parte dos municípios a que as estruturas candidatas pertencem”.

A diretora artística dos Jardins Efémeros e da VNBM referiu aos jornalistas que foi submetido o documento que prova à DGArtes a relação que existe há mais de uma década com o município de Viseu, o que foi confirmado pela vereadora da Cultura, Leonor Barata, que estava presente na conferência de imprensa.

No entanto, a DGArtes não considerou que a carta anexada na candidatura pelo município fosse “suficientemente clara para que lhe fosse atribuída uma classificação adequada” no parâmetro “processos de gestão”, lamentou.

No seu entender, a baixa classificação obtida pela Pausa Possível neste critério “nada tem a ver com a sua qualidade de gestão e equipas artísticas, mas por factos exteriores à sua atividade e aos seus serviços prestados a Viseu e ao país”.

“Assim que nós recebemos esta comunicação da DGArtes sobre a fundamentação de nos darem uma nota má no processo de gestão, comunicámos imediatamente ao município de Viseu”, contou, explicando que foi feita “uma nova elaboração” para entregar à DGArtes com o objetivo de “reforçar o apoio que a Câmara de Viseu dá a este projeto”.

A presidente da Pausa Possível considerou a decisão provisória “injusta e pouco adequada” e fez votos de que “seja reversível, para evitar que se ponham em causa dois projetos fundamentais para a zona centro”.

 

Lusa