CIM Viseu Dão Lafões reage a medidas do Governo contra a seca

2022-08-25

CIM Viseu Dão Lafões reage a medidas do Governo contra a seca

“O ministro do Ambiente fez muito bem em apresentar estas medidas, porque são necessárias, mas são redundantes, porque de uma forma ou de outra todos os municípios já as têm vindo a aplicar”, disse Fernando Ruas.

O também presidente da Câmara de Viseu destacou ainda à agência Lusa que “há uma novidade”, na medida em que o Governo sugere que haja aumento do preço da água para os consumidores com gastos superiores a 15 metros cúbicos.

“No caso de Viseu, os consumidores do terceiro escalão, com gastos superiores a 15 metros cúbicos, representam mais ou menos 8% do consumo total, o que significa que a eficácia desta medida, no meu concelho, é quase inexistente”, apontou Ruas.

Isto porque “os aumentos não poderiam ser muito significativos, seriam em apenas 8% do consumo total”, o que “não desperta interesse nenhum” e, por isso, em Viseu, “não será aplicada”.

“Registamos como positiva a declaração de que vai havendo apoios de âmbito ambiental, nomeadamente para a colocação de torneiras redutoras ou para a compra de camiões-cisternas”, sublinhou.

Entre as medidas que Fernando Ruas gostaria de ver anunciadas, e que considerou “muito importante” para colmatar o problema de falta de água, está o “aceleramento nas construções” de barragens.

“Não se pode continuar a arrastar mais os pés para se decidir a construção de barragens. Do plano anterior, foi retirada a barragem de Girabolhos e a de Pinhosão, e andamos com o problema da barragem de Fagilde há cinco anos”, sublinhou o autarca.

Neste sentido, “não pode haver este tipo de pontos mortos” com uma fita do tempo de “cinco anos para definir a ampliação de uma barragem”.

“Deixamos durante muitos meses correr a água para o mar e, agora, que precisamos dela, não a temos. Precisamos de água armazenada. Não podemos é andar durante tanto tempo com estas hesitações”, registou.

Fernando Ruas adiantou ainda que “Viseu não vai passar pela situação que passou em 2017, com os camiões-cisternas a transportarem a água da barragem da Aguieira para a de Fagilde”, e afirmou que “seguramente ninguém vai ver” o que se viveu no concelho.

O autarca defendeu o “uso de águas residuais, como se faz noutros países e que em Portugal a legislação não permite”, mas, em Viseu, assumiu que começou esta semana a usar para rega” de espaços públicos.

 

Lusa